Quando penso, escrevo, quando sinto, falo, mas quando quando escrevo o que sinto...

quarta-feira, 13 de março de 2013

O saque


Chegou do nada
Violentamente me levou
Carregada as cegas
Perdida
Onde estaria eu que não via
Presa
Sem mordaças
O silencio me calava
Sem torturas
O enclausuro me feria
Sem algemas
O escuro me prendia
Até ouvia a maré
O rebentar das ondas
Onde estava eu
Não sabia
O canto da sereia acordava
O lamento das baleias ninava
Dia e noite, noite e dia
Balançava, pra um lado pro outro
Fui solta, não percebi
Abri meus olhos
Mas não me movi
Devolvida
Mesmo lugar de onde parti
Tudo igual, nem tudo
Meu peito, vazio
Estava inteira
Mas me faltava algo
No peito
O coração saqueado

Navegado em 13/03/2013

sexta-feira, 8 de março de 2013

Olhar de um olho solar

Hoje eu vejo duas estrelas neste céu
Brilham de dia, mesmo a noite
Seu brilho delicado cor de mel
Me miram, me olham, me seguem

Alem da luz possui a escuridão
Nesta iris cheia de milagres astronômicos
Ali jaz um portal pra imensidão
Aureolas solares envolvem um buraco negro

O olhar retribuído, não cega encanta
Em suas cores dançantes, matizes vibrantes
Em seu sutil contato, plena beleza

Ilumina, sem luz, no breu noturno
Na troca, um simples piscar, uma eternidade
Uma cela, sem  se ver, olhos de brilho estrelar

Iluminado em 08/03/2013