Eu dormia profundamente no sofá,
E o leve tilintar da chuva no teto me ninava,
Você deitada no colchão logo a minha frente.
Encarando o nada, podia ver pela porta de vidro
A chuva caia pesadamente sobre o lago,
Sua densidade embaçava a imagem,
A borrada silhueta das montanhas no horizonte.
Via as gotas se chocarem contra os vidros da porta
E se sentia bem por estar no conforto,
Abrigada naquela
cabana rústica.
Imaginava ainda acima das nuvens
como devia estar lindo o
céu,
Naquela noite em que a lua minguava.
Conseguia até imagina-la
Como um grande sorriso branco no
céu,
Rodeado por brilhantes estrelas.
Por horas você esteve lá,
Em devaneios à minha frente.
Eu dormia profundamente sobre o sofá
Sendo ninado pelo tilintar da chuva no teto.
Escrito em meados de Julho de 2010