Me peguei certo dia pensando sobre poesia
Vi nas linhas da minha mente versos escritos
Odes, trovas, sonetos e tercinas
Vi nesses versos lindas canções de nostalgia
Me remetiam a passados não vividos
Presentes inexistentes e futuros impossíveis
Vivi nesse momento um dia de uma vida não minha
Toquei aquela que a mim não pertencia
Respirei, andei, degustei, vi pelos olhos de outrem
Falei e ouvi, palavras que não pensei
Pensei turbilhões de pensamentos não meus
Sabores a mim estranhos infestavam meu paladar
Amei sem conhecer, conheci sem ao menos ver
Odiei sem consentir, da raiva imaginei, se refez
Do ódio destruí, da esperança recriei
Do lírico o eu surgiu, mas o eu a mim não era
Vi e desfiz, fiz por fazer, fiz que desfiz
Entre os eus me perdi, a mim não mais reconheci
Fora do comum, estranhei desde o amanhecer
Em cada refeição, cada passo, nada de normal
Eu o lirista que sou, por um dia de prosa passei
vivido em 28/02/2013