Quando penso, escrevo, quando sinto, falo, mas quando quando escrevo o que sinto...

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Correspondência

Sobre as vozes que não ouvi
Lembro me bem do dia que ela me falou
“Eu te amei loucamente”
lembro, essas palavras nunca foram ditas
Ainda sim elas ecoavam
Memoria de uma utopia perdida e onírica
Ri por vezes de gracejos
Nunca gracejados, unicamente imaginados.
Varias cartas não escritas
Sobre meus mais profundos sentimentos
Que nunca nem senti
Cada ligação que disquei e não completei
“Boa noite, como foi seu dia”
Ansiosamente olhei, esperei, mas nada
Chamada perdida sem discar
Horas, dias, semanas a esperar respostas
Para coisas que não indaguei
Sofrendo a toa por perdas apenas imaginadas
De coisas que nunca tive
A saudade de conversas não pronunciadas
Coisas não compartilhadas
Festividades sequer comemoradas
Embriagues não bebidas
Laços frouxos que nunca foram atados.

Devaneio composto em 31/01/2017

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Ao acaso

Caminho distraído pela rua, sem rumo
tropeço, desando com a cabeça longe.
Ando com a mente dispersa em devaneios.
Me encontro, me entretenho.
viajo, retorno, me perco e encontro.

Cai a chuva, fria e morna,
acaricia, faz cocega.
Me toca, não toca.
então trava, tremula,
refresca e esquenta.

Eu avanço, retomo a caminhada,
não sei se é certo.
Eu respiro, expiro ofegante
então me inspiro novamente.

Escrito em 10/01/2017