Quando penso, escrevo, quando sinto, falo, mas quando quando escrevo o que sinto...

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Gatuna

Era uma vez uma gata malhada
Preto, branco, e cinza listrado
Um mosaico de cor misturada
Com manchas espirais de tom azulado

Percorre distâncias inimagináveis
Seu rastro ela deixa por onde passa
Em pulos vorazes e saltos incontroláveis
Cor viva encarnada são as marcas de pata

De pelo eriçado, esfrega e arranha
Brinca maliciosamente, sem mal
Sem medo e cheia de manha

Marca suas presas, morde forte
Provoca, recua, também é provocada 
Esse mel de libido, te afaga consorte


Imaginado em 26/06/2013

domingo, 9 de junho de 2013

Percepção aguçada

Toda beleza é bela por natureza
A tua refuga e matiza em espírito
Irradia como o ardente fogo
Calor envolvente e aconchegante
Reflete e brilha como a obsidiana
Profunda, sutil, de pura inocência
E os ventos, ah os ventos que sopram
Espalham-se por ai seus aromas
Tons doces e almiscarados, cheiro do campo
Notas amadeiradas
Amável perfume transpirado
Oh formas tão harmônicas
Divinamente planejadas em segredo
Tom tão alvo, neve sobre solo
Entre os flocos os menires
Gracejos rochosos são suas sardas
Na sutileza de sua presença
Naturalmente, envolve com chama rubra
É ferrugem de outono, é calor de verão
É encanto de primavera, é companhia de inverno
É impulso, é viagem no tempo
Desloca e ignora o espaço, é presença
Sua natureza, desde sempre encantadora
Pois, a beleza por si só já bela
Em essência a priori incorruptível


Inspirado em 9/06/2013

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Cor e essência

Devora ti mesma, ó negra alma
Como um bruto despetala uma flor
Suga das entranhas profundas
A oscuridade no estado de catarse
Do negrume de seu sofrimento
Tira força, lasca o espinho
Penetra a pele, contorce a carne
Maquia sua dor com belos risos
Enaltece sua beleza com frívolias
Belas jóias montam tua mascara

Devora a ti mesmo, ó rubra flor
Na delicadeza de tamanha ira
Teus gracejos são provocantes
Pulsa forte, passional semblante
Tão plenos, anseios delirantes
Ah desejo revigorante, etéreo
Interação vicia, tanto que queima
Em teu seio, envolvente e débil
Inocente beleza é contagiante
Na gentileza conquista, pureza

Devora a ti mesma, flor de alva alma
Emana maturidade inocente
Frágil vaidade, rosto todo corado
Eterna é tua aura de bondade
Encanta até a maior rispidez
Amolece as mais rígidas pedras
Lamento calado, abraço apertado
Calor é intenso, ascende do peito
Queima forte não fere, é sereno
Surpreende, de tão terno que és


Composto em 05/05/2013