Quando penso, escrevo, quando sinto, falo, mas quando quando escrevo o que sinto...

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Lembrança distinta

Me sinto possessivo 
             quando sinto saudade

Me sinto saudoso 
             quando penso na sua presença

Sinto sua falta 
             da paixão adolescente fraternal

Lembro daqueles cachos dourado
             que hoje não mais são cachos

De saias rodadas pra dança
             e seu jeito cigano

Menina abusada que conheci
             mulher forte que se tornou

Há lembrança da praia
             chuva torrencial, noite especial

Umas vezes vinho
             alguma hora cerveja

Seu sorriso bobo
              por vezes malicioso

Felicidade, sim eu tenho
              ao ver onde o tempo te levou

Tristeza, nem tanto
              doí sim é a distancia

Amor? Com certeza
               impossível diferente ser

Saudade? A toda hora
                é sentir, absoluta



Relembrado em 30/05/2013

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Carta de alma


Confesso que a cada dia perco um pouco mais do que fui, que a cada momento morro um pouco para que em mim desperte um novo eu, a cada segundo sinto menos o que costumava sentir e com isso novas sensações tomam o lugar dos sentimentos antigos, me livro de antigas barreiras pra adotar novas para num futuro superar.
   Me perco em pensamentos, refletindo continuamente sobre o que se passa dentro de mim, muda tudo toda hora, muda hoje muda agora. Me perco em eus líricos e personas que surgem com o tempo passado, com o tempo ainda a passar, e no presente encontro reflexos de tudo, o passado em memória, o futuro a se moldar.
   Confissão leviana, me expõem como criança recém retirada do útero, forçada pra fora do aconchego do leito conceptivo, nasço e renasço sem o conforto do ventre, frágil e disposto, pequeno, pois assim forte crescerei.
   Ambíguo é o sentimento do crescimento, expectativa nutrida pelo desenvolvimento. Devo assumir o contento que se cria. Eu penso se sente da mesma forma que eu, se pulsa forte a música criada pela cadencia cardíaca no mesmo ritmo que o meu? Muito é dito sobre rítmica, mas a freqüência é a mesma? Se as cores vibram com mesma intensidade, se brilham com mesmo vigor. As dúvidas são sempre mais frequentes que as respostas.
   Nessa hora descanso meu copo na mesa, o cansaço intelectual me alcança e a turbulência criativa me atinge com vigor, não dá brecha para o sono, uma noite em claro, uma semana talvez, sem sossego me preocupo com quem não posso cuidar, a distancia é minha maior inimiga, fator limitante mais constante.
   Por vezes me iludo, acho que a verdade está estampada, ou pintada com cores vividas à minha frente, engano rude, erro tolo. Não há verdade, não há absoluto, todo "qual" tem o seu "cada", toda visão tem o seu ponto cego. Ao menos enxergo escapatórias, pois também, todo padrão possibilita uma variedade de quebras.
   Aleatório pensamento, permite o estreitamento, de fato a distancia complica qualquer processo, o carnal carece e o impalpável fortalece, negando o concreto o restante floresce, uma vez a distancia foi um fator limitante, mas depois os limites são negados pela mente.

Redigida em 27/05/2012

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Impulso


O desejo é a força motriz do ser
Move montanhas, encurta distancias
Sem se ver junta as mentes
De dissonância em sintonia

O desejo é o ardor tatuado
Na pele marcado a ferro quente
Pintado, é rubro, é vivo, é sangue
Flui com intensidade, com calor

Por vezes simples e complexo
Aos próprios olhos parece normal
Mas mora em seu interior o fator
Distingue-se dos demais

Desejo, ó desejo, voraz que és
Inflama essa úmida chama
Banha com tuas lágrimas em alegria
Canta com seus lamentos em histeria

Ascendido em 24/05/2013

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Vagueio felino


Doce é a desilusão,imagem de liberdade
Se faz na mente, tão restritiva paixão
Ronrona na quietude, em pensamentos grita
De raiva ruge rude e crava tuas garras
Presas que afagam rasga a carne que rubrece
Veios contínuos fluem em violento entrosamento
No desalento, o leito, na solidão, o contento
No caminho, o novo, na vida, o desconhecido
Vagueia em pulos e bambeia sem rumo
Seu olhar não falha, sua meta é clara
Independente de tudo, dança sem música
O semblante não mente, no peito há orgulho
Caça aventuras, desbrava sem medo
De alma guerreira e tamanha gana
Valentia não falta, sua força, uma marca
Determina o caminho, segue cegamente
Indistinta disposição, que motiva seu coração
Amarga desilusão, imagem que liberta
Se desfaz na mente, irrestrita paixão

Cantado em 15/05/2013