Quando penso, escrevo, quando sinto, falo, mas quando quando escrevo o que sinto...

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Nacht


Leve nevoa embaça a luz do fogo
Queima a vela, sua luz fraca
Fumaça escura de acre gosto

Estrada longa, caminho tortuoso
De tijolos amarelos e pedras pontiagudas
Caminho sofrido de grandioso destino

Pirilampos voam pelos escuros campos
Iluminam a noite calada de outono
São eles estrelas intermitentes caídas
   
Eu caminho descalço, pé desnudo na terra
A cada passo uma ferida aberta
Experiência acumulada, cicatrizes da vida


Ando por entre os bosques vívidos
Meu cachimbo queima o fumo, brasa forte
Adoça a boca, minha única companhia

Devaneios em mente, penso em solidão
Desafio crescente, conseguir se manter são
Horas passam despercebidas, dias e meses


Sonhado em 16/04/2013

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Kra o Corvo


Kra, kra, kra, crocitava o negro corvo
No negrume da noite no campo
O frio castigava, o vento cortava uivante
O chuva forte chovia, o trovão gritava
Ele voava sem medo, sem rumo
Sem ao menos enxergar o caminho

Kra, kra, kra, cantava o alegre corvo
Ciscava em seu voo e balançava os trigais
Sua melodia lúgubre soava alto
No vento dançava o seu ritmo, agitava
Tamborilava a tempestade com seu canto
Tirlintos fracos encorpavam a canção

Kra, kra, kra, pranteava o velho corvo
Sua voz já era fraca, era tanto, era rouca
Idoso se mostrava, pena velha, velha branca
O futuro, já passado, nele jáz o desalento
A vista fraca, embaçada com brandas lagrimas
A voz rouca, rouca e falha, nela só há lamento

Imaginado em 27/03/2013